Faz 11 anos que tive a oportunidade de aterrar pela primeira vez em terras africanas e foi uma sorte.
Recordo-me de quando sai do avião, ainda no antigo aeroporto de maputo, parei, olhei à minha volta e inspirei. Foi nesse preciso momento que senti o tão abordado cheiro de África, aquele que dificilmente é esquecido, aquele a que chamo cheiro da saudade.
O cheiro fica gravado na memória carregado de emoções e um conjunto de sentimentos vividos. Quando volto a sentir o mesmo cheiro, ele traz à superfície essas emoções que lhe estão associadas, as lembranças de algo que aconteceu, bem como, a carga energética que me transporta automaticamente para lá.
Todos temos uma forma de interação e fazemos a nossa própria associação do cheiro ao local ou pessoa. Estamos sempre propícios a viver momentaneamente algo de novo, pois é sem dúvida impossível separar o cheiro das emoções. Em mim, ao longo de todo este tempo, conservo as tão boas recordações e aprendizagens.
Hoje, dia de África, senti saudades daquele local que me deu tanto e que faz parte do que sou. I am an African not because I was born in Africa but because Africa is born in me.
Para quando o novo regresso a África? Que me faça sentir verdadeiramente o tão natural e puro ar, com um toque suave da vegetação seca e o calor abrasador...
